Por Marcelo Cuscuna, CEO da Ottobock na América Latina
Tremores, fraqueza, instabilidade e fadiga. Essas e outras características marcam a rotina de pessoas que convivem com a esclerose múltipla, que é uma doença neurológica, crônica e autoimune. A semana de 30 de maio, considerado Dia Mundial da Esclerose Múltipla, marca um momento de conscientização sobre a necessidade de superar preconceitos e destinar pessoas que convivem com a doença ao tratamento e controle adequado da enfermidade. Dentro desta questão, a tecnologia desenvolvida para mobilidade dos membros pode ser decisiva para trazer qualidade de vida a esse público e integrar um atendimento robusto.
A campanha direcionada à esclerose múltipla acontece próxima a outra data importante: o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, celebrado em 28 de maio. A ligação das duas datas é bastante evidente quando se analisa o quadro da doença autoimune. A esclerose múltipla atinge cerca de 2,8 milhões de pessoas no planeta (40 mil, aproximadamente, no Brasil), das quais a maioria é de mulheres jovens, na faixa dos 20 aos 40 anos, segundo informações do site da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla.
Com a enfermidade, o organismo é afetado pelas próprias células de defesa, que atacam o sistema nervoso central, o que provoca lesões na mielina, um material gorduroso que isola os nervos. Esse quadro resulta em problemas na maneira como os impulsos elétricos são enviados de e para o cérebro, conforme o site do Ministério da Saúde. Isso causa nos pacientes sintomas como cansaço, alterações na fala (que pode se tornar arrastada), visão dupla ou embaçada, além de questões motoras, como problemas de equilíbrio e coordenação.
A doença também pode causar rigidez nos membros, e, como consequência, problemas com mobilidade. Neste sentido, o investimento cada vez maior em tecnologias que possam diminuir o incômodo de pacientes com esses transtornos é fundamental. Equipamentos que auxiliam na mobilidade podem devolver a qualidade de vida dentro do tratamento, junto com outras ações médicas. Uma dessas tecnologias recomendadas para os pacientes são as órteses, equipamentos que são anexados aos membros de quem possui dificuldade de locomoção. Essa tecnologia ajuda os pacientes a se movimentarem com menos dor, além de corrigir a postura e fornecer suporte no processo de cicatrização, quando for o caso.
É importante salientar que o uso das órteses depende de avaliação e indicação médica, já que são os profissionais da área (e que acompanham a pessoa) que podem identificar se a dificuldade de locomoção é um caso para uso de alguma tecnologia. A partir disso, é recomendável que pacientes procurarem uma clínica especializada no assunto e um equipamento moderno que possa atender às suas necessidades, conforme a demanda requisitada no tratamento. Ao ter essa prescrição, o paciente precisa ter não apenas o equipamento ligado ao membro, mas um serviço de adaptação e fisioterapia, com acompanhamento periódico para a melhoria em sua qualidade de vida. Um exemplo disso é o trabalho realizado pela Ottobock, que possui foco na reabilitação de pacientes com mobilidade reduzida e produz tecnologias como as órteses. Além disso, a empresa oferece acompanhamento multiprofissional para a reabilitação.
Todo esse suporte oferecido e que vem junto com a tecnologia precisa estar dentro do que se espera do tratamento da esclerose múltipla. Nesse sentido, é necessário lembrar que o tema da campanha de conscientização deste ano, segundo o Ministério da Saúde, é “conexões”: sejam elas feitas com a comunidade, seja a autoconexão ou mesmo a conexão com o atendimento de qualidade. Sem este último item, pacientes podem ter dificuldade em conquistar a mobilidade e a readaptação necessária às suas rotinas. Somente com a assistência e atendimento completos a uma doença que não tem cura, pacientes podem ter qualidade de vida para superar as adversidades.
Fonte: Revisão Hospitalar