Paralisia Cerebral (PC): o que é e como tratar?

A Paralisia Cerebral (PC) pode ocorrer durante a gravidez, no nascimento ou período neonatal.

Ela envolve alterações neurológicas irreversíveis, posteriores a uma lesão no cérebro, que afetam tanto o desenvolvimento motor, quanto cognitivo.

Também pode ocorrer como complicação de outras condições clínicas. Entretanto, é comum que não seja identificada uma causa determinante para a PC.

Segundo publicação do Hospital Infantil Sabará, é o achado clínico mais incapacitante na infância. É também a deficiência mais comum nesse período da vida: hoje, existem cerca de 17 milhões de pessoas com paralisia cerebral.

Uma em cada quatro crianças com esse diagnóstico não fala; uma em cada três não anda; uma em cada duas tem deficiência intelectual e uma em cada quatro tem também epilepsia, de acordo com informações do movimento internacional World Cerebral Palsy Day.

Como ocorre?

Entre as principais causas da lesão cerebral está a hipóxia – ou seja, falta de oxigenação no cérebro. Pode ocorrer por motivos relacionados ao parto, referentes à mão ou ao feto.

Outras complicações são menos recorrentes, mas também podem provocar PC. Por exemplo:

  • Anormalidades da placenta ou cordão umbilical
  • Desnutrição
  • Diabetes
  • Hemorragia
  • Hipertensão (eclampsia)
  • Hipoglicemia do feto
  • Infecções
  • Nascimento prematuro com consequente fragilidade vascular
  • Problemas genéticos
  • Traumas durante o parto
  • Uso de drogas e álcool durante a gestação

Quais as limitações?

A paralisia cerebral pode ser classificada como leve, moderada ou grave. Quem determina as características é a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Há também uma caracterização de acordo com o tipo de envolvimento do sistema nervoso: apenas motor, cognitivo ou misto (quando ambas as partes são afetadas).

Na parte motora, as limitações incluem paralisia, fraqueza em um dos lados do corpo (hemiplegia), alteração no tônus muscular (isto é, distúrbio caracterizado pela rigidez dos músculos) e contração involuntária dos membros (distonia).

Os sintomas espásticos ocorrem em 75% dos casos. Porém, os sintomas da paralisia cerebral variam amplamente e podem ser altamente definidos de forma individual.

Em alguns casos é, inclusive, necessário o uso de cadeiras de rodas.

Em relação à área cognitiva, as limitações incluem problemas na fala e comportamento, que se estendem à interação social e capacidade de raciocínio.

Não é incomum que pacientes tenham convulsões ligadas à PC.

O grau de comprometimento está relacionado à extensão do dano neurológico. Enquanto pacientes com lesões mais graves tendem a ter maior perda motora e cognitiva, pacientes com lesões mais leves conseguem levar uma vida normal, lidando com as adversidades que a deficiência impõe.

Como tratar?

Mesmo sendo um quadro irreversível, com algum grau permanente de limitação física, crianças com PC podem (e devem) levar uma vida feliz e produtiva, recebendo o tratamento adequado.

O tratamento foca em terapia multidisciplinar derivada de várias abordagens médicas, ortopédicas e terapêuticas. Deve ser iniciado o quanto antes.

São envolvidos profissionais da saúde de diversas áreas como médicos (ortopedista, neurologista, oftalmologista, pediatra, fisiatra), fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, educadores físicos e até nutricionistas.

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Os cuidados com a reabilitação podem resultar em grandes conquistas para o paciente e família, principalmente no que se diz à qualidade de vida.

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