Próteses de Membro Inferior

Com o avanço da protetização, hoje é possível restaurar parte considerável da mobilidade e com ela a melhora significativa da qualidade de vida.

Cada vez mais modernas e funcionais, as próteses de membro inferior, que antes eram de materiais densos e que limitavam a locomoção, hoje são desenvolvidas com matéria prima avançada, materiais leves e que possibilitam gradualmente mais autonomia às pessoas com necessidades especiais de mobilidade.

Mudanças importantes na flexibilidade de joelho e amortecimento da marcha permitem hoje que a locomoção seja não apenas possível, mas também segura e confortável ao usuário. Chegando ao ponto de próteses de membro inferior que permitem a reabilitação em atividades esportivas de impacto, algumas de alta performance, como vimos na última edição das Paralimpíadas do Rio de Janeiro.

Mas sabe qual o conceito mais importante que todo este avanço da protetização pode nos ensinar? Que a reabilitação é possível de ser alcançada, mas não podemos deixar de seguir todas as etapas terapêuticas que o período de readaptação exige.

Para esse objetivo, que é permitir a inclusão e qualidade de vida para pessoas que passaram pela amputação de um membro inferior, a protetização deve atentar para alguns passos importantes.

A Ottobock, empresa que há 100 anos dedica seu conhecimento especializado para transformar a vida de pessoas que enfrentam desafios de mobilidade, resume estes passos importantes num guia de orientação que ilustra em 9 etapas como todo o processo de reabilitação deve ser conduzido.

  • Avaliação: consiste na identificação do quadro clínico geral do paciente e estado do membro residual que apoiará a prótese após a devida cicatrização.

É muito comum que esta etapa seja conduzida pela família do paciente sob orientação expressa da equipe médica que cuidará da cirurgia e reabilitação pós-cirúrgica. Mas recomendamos que tenha desde o começo o envolvimento do paciente, pois isso significa colaborar desde o início para sua plena autonomia.

Nesta fase é fundamental contar com apoio psicológico, pois a amputação representa uma importante mudança na vida.

  • Terapia: etapa seguinte a cirúrgica, a terapia envolve técnicas para cuidar da parte residual do membro amputado.

Incluem aqui terapias de edema e de compressão, com técnicas para evitar inchaço e respeitar a cicatrização da forma final do membro residual, orientação e auxílio de equipe de enfermagem para a correta postura do paciente – passo que evita lesões e limitações futuras no movimento de quadril, que será importante na etapa de protetização.

  • Recomendação protética: momento no qual é identificado qual prótese é mais adequada aos objetivos pessoais de cada um.

Com ajuda do protesista são considerados fatores como estado físico e clinico, o nível de amputação, de motivação pessoal e as necessidades sociais e profissionais que a prótese precisa atender.

  • Tomada de medida: não se trata de um simples ajuste de tamanho. Esta fase da reabilitação serve especialmente para adequar a prótese de membro inferior escolhida às suas necessidades diárias, possibilitando sua maior autonomia e evitando sobrecarregar a perna sadia.

A tomada de medidas de forma precisa garante um ajuste correto do encaixe (componente que liga o membro residual à prótese), bem como de toda a prótese.

  • Produção individualizada: usando as medidas corretas o protesista produz um modelo do membro residual que é a base para a fabricação de um encaixe provisório termoplástico.

Depois de ter determinado todos os componentes protéticos seu protesista monta uma prótese provisória completa e faz o alinhamento.

  • Montagem: o protesista adequará a prótese provisória às suas necessidades de modo que o encaixe fique perfeitamente confortável. A prótese provisória deverá ser utilizada para exercícios precoce de pé e caminhar que tem uma influência positiva na cura e modelagem de seu membro residual.

Neste período, ainda com a prótese provisória, várias visitas ao centro de reabilitação serão necessárias, pois é fundamental para o ajuste perfeito da sua prótese final que será produzida após a avaliação deste período de teste. Nesta fase, sua prótese definitiva também pode ser equipada com uma capa de silicone personalizada.

  • Processo de reabilitação: Para garantir a plena reabilitação é fundamental treinar o uso da prótese. O início do treinamento depende da condição do membro residual. A fase de reabilitação começa quando o membro residual está totalmente cicatrizado, o que pode levar até seis meses após a amputação.

A motivação e a confiança influenciam diretamente o sucesso da reabilitação. Nesta fase os treinos consistem também em orientações específicas sobre os cuidados com o membro residual, como cuidar da perna sadia, correta colocação e retirada da prótese, sentar, levantar e andar corretamente com a prótese.

  • Ajustes finais – garantia de qualidade: Após o ajuste bem-sucedido, período de adaptação e reabilitação, você estará pronto para viver os desafios da vida diária em ambientes sociais e profissionais.

Mas é importante optar por uma prótese de membro inferior que disponibilize uma equipe multidisciplinar composta de terapeuta e protesista que possam dar todo o suporte para esta etapa, do começo à reabilitação, cobrindo todo o uso de sua prótese.

  • Acompanhamento e check-up: mesmo após a protetização é recomendado um acompanhamento terapêutico, especialmente em casos de pessoas com menor grau de autonomia por condições físicas. A realização de check-ups regulares pode determinar se ajustes precisam ser feitos e de que forma a condição clínica pode ser melhorada.